Voluntariado na subseção de CURITIBA

Em meados de 1998 um grupo de servidores, envolvidos pelo espírito solidário, com o apoio da Administração da época, começou a promover ações de voluntariado de forma singela, porém significativa para os envolvidos.

No início os voluntários tinham o desejo de saciar a fome de pessoas miseráveis. Assim, começou a chamada “Campanha do Quilo”. Espalhavam-se pelo prédio caixas de papelão e no decorrer do mês servidores, advogados e visitantes depositavam nelas alimentos não perecíveis. No final de cada mês, voluntários realizavam a contagem das doações e as destinavam a uma instituição carente da cidade.

A ideia foi se concretizando e outras iniciativas foram efetivadas, como as festas de Natal, de Dia das Crianças, a Campanha do Caderno, entre outras.

Depois disso, com o envolvimento de mais servidores e magistrados, foram propostas ações com o intuito de contribuir com o desenvolvimento e amparo das pessoas que realizavam trabalhos terceirizados na Justiça Federal e de suas famílias. O lema era “Matheus, primeiro os seus”, o que passava a ideia da necessidade de cuidar, primeiramente, dos que estão próximos.

As campanhas de solidariedade foram se expandindo e atingindo todas as Subseções do estado.

Em 2001 foi implantado pela Corregedoria-Geral do Tribunal Regional Federal da 4ª Região o “Dia do Voluntário”. O dia 16 de maio foi marcado por intensas atividades de diversas áreas desenvolvidas por magistrados e servidores.

Em 2004 e 2005, objetivando disseminar essa ideia, sob a coordenação do Juiz Federal João Pedro Gebran Neto, a Justiça Federal promoveu o I Seminário Nacional denominado – O Poder Judiciário e a Responsabilidade Social.

O evento contou com a presença de grandes nomes, dentre eles o diretor Presidente da RPC, Francisco Cunha Pereira Filho, a Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança, Zilda Arns Neumann, Conceição Maria Contin, vice-presidente do Conselho de Segurança Alimentar, Mariana Taniguchi, Presidente da Associação Municipal de Assistência Social do Estado e com Miguel G. Krigsner, Presidente da Associação O Boticário.

Participaram servidores do Poder Judiciário de vários locais do Brasil, magistrados e elevado número de pessoas envolvidas com o terceiro setor.

Em maio de 2006, após vislumbrar a necessidade da criação de uma instituição para administrar as atividades do grupo e gerir os recursos arrecadados pelos voluntários, foi constituída formalmente a Associação, sob a nomenclatura “Associação Cidadania em Ação – Voluntariado da Justiça Federal do Paraná”. Contratou-se, à época, a funcionária Zélia Serra e um escritório de contabilidade para auxiliar na gestão dos recursos.

Uma das primeiras ações foi estimular a inserção digital, combinada com lições de cidadania, para expandir os horizontes dos futuros alunos, com a criação do Curso de Informática e Cidadania, tendo à sua frente o Dr. João Pedro Gebran Neto, grande incentivador e batalhador da causa.

As aulas ocorriam nas instalações da Justiça Federal, aos sábados pela manhã. Voluntários eram convidados a ministrar as aulas de informática e cidadania, havendo pessoas da própria Justiça Federal e outros, internos ou externos, proferiam a palestra sobre cidadania no segundo tempo, após um lanche. Os cursos aos sábados eram coordenados pela servidora Elena Tortelli e as palestras diziam respeito a vários temas, entre eles, drogas, racismo, trabalho infantil, direitos do consumidor, coleta e separação de lixo, primeiros socorros e violência contra a mulher. Os cursos de informática, por sua vez, eram capitaneados pela servidora Caroline Muller.

Desde o início, nove turmas foram concluídas, com a premiação dos alunos que alcançaram o melhor desempenho, sendo um computador para o primeiro colocado e cursos profissionalizantes (SENAC e SENAI) para o segundo e terceiro colocados.

Outras iniciativas relevantes desenvolvidas pela Associação foram as campanhas de doação de sangue, que, posteriormente, passaram a ser feitas pela própria Administração.

A partir de 2014, a Associação alterou sua logomarca e seu nome fantasia, passando a se chamar “Associação JusCidadania – Voluntariado da Justiça Federal do Paraná”. Lançou seu novo website e passou a implementar um projeto de apadrinhamento afetivo e financeiro de crianças acolhidas em instituições de Curitiba e Região Metropolitana.

O programa, em síntese, visa preparar e acompanhar pessoas para levar crianças e adolescentes acolhidos para atividades de lazer, cultura e educação e ao convívio com sua família, em fins de semana, feriados e férias. A equipe do projeto, responsável por acompanhar todas as etapas do apadrinhamento, é formada por juristas, psicólogos e assistentes sociais das Varas da Infância e da Juventude, de instituições de acolhimento e de áreas relacionadas à Infância e Juventude.

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Voluntariado na subseção de MARINGÁ

O voluntariado de Maringá começou no ano de 2005, financiado com recursos arrecadados dos próprios servidores e juízes. As atividades eram desenvolvidas, em princípio, no Salão Paroquial da Igreja Católica de Sarandi, muito embora não tivessem cunho religioso. O público alvo eram as crianças carentes de Sarandi, com idade entre 3 e 15 anos. Para selecionar esse público, foram utilizados os cadastros de famílias carentes cedidos pelas integrantes do grupo “Promoção Humana”, existente naquela cidade. Verificou-se, na época, que o grupo “Promoção Humana” realizava um projeto unicamente assistencial (sopão e cestas básicas), por isso o interesse no trabalho em parceria, com o aproveitamento da estrutura já existente.

Foram promovidos diversos encontros em vários sábados, que reuniam cerca de 70 a 100 pessoas, entre crianças e mães, oportunidade em que foram levados brinquedos pedagógicos, desenhos, lápis de cor, gibis e livros infantis, a fim de estimular a leitura e desenvolver o raciocínio das crianças. Ao final de cada evento, eram distribuídos sanduíches, leite com chocolate e bolachas, ou outro lanche equivalente. À época foram realizadas também campanhas do agasalho, distribuição de cestas básicas aos mais necessitados e festas de final de ano.

A partir de 2009 o voluntariado de Maringá intensificou esforços na parceria com outros projetos e instituições, buscando levar um pouco de alento a crianças do LARCRA (Lar da Criança Recanto do Amor – abrigo de Sarandi), com realização de festa de dia das crianças, brincadeiras, distribuição de presentes, barraca de leitura e doações ao abrigo.

Em sequência, desde o natal de 2009 e durante todo o ano de 2010 o Voluntariado assistiu a Escola Rural do Distrito de Vale Azul, em Sarandi, com festividades e entrega de presentes às crianças carentes, mas também com a realização de bazar de roupas e utensílios usados na comunidade, comercializados a preços simbólicos, e cujos recursos reverteram ao projeto cultural da escola (oficina de artesanato). Houve, ainda, distribuição de materiais escolares, calçados às crianças, além de auxílio à comunidade com cestas básicas.

As mesmas atividades realizadas no Distrito Vale Azul foram repetidas na Vila Guadiana, em Mandaguaçu, no ano de 2010, com a realização de bazar de usados e destinação dos valores à escola de região carente, além da realização de festa de final de ano às crianças da escola, com entrega de presentes e distribuição de cestas de natal às famílias necessitadas previamente selecionadas.

Em 2011 os esforços foram direcionados ao apoio ao Projeto Brincadeiras, coordenado pela UEM e desenvolvido com crianças carentes da região de Sarandi. Trata-se de projeto com sólida estrutura de pessoal da área pedagógica, porém com poucos recursos financeiros. Assim, o voluntariado proporcionou recursos que possibilitaram levar as crianças a uma sessão de cinema, a que muitas jamais tinham ido, além de apoio a diversas outras atividades do projeto.

No incentivo à cultura, desde 2012 o Voluntariado começou a apoiar o Projeto Ginga Menino, coordenado pelo capoeirista “mestre Binha”, que atende centenas de crianças carentes de bairros pobres da cidade de Maringá, tirando-as das ruas e ensinando a disciplina pela prática da capoeira.

No ano de 2013 o voluntariado colaborou com o pagamento de professor de música, por um ano, para atuar no “Projeto Tambores”, desenvolvido dentro do Projeto Brincadeiras.

Mesmo com o direcionamento dos esforços a tais projetos, concomitantemente o Voluntariado procurou não descuidar do apoio social a famílias carentes dessas comunidades e de outras, atendidas há anos, com doação de alimentos, roupas e calçados para adultos e crianças, leite especial para recém-nascido, fraldas, berço, remédios, e todo o tipo de apoio possível.

As ações do Voluntariado de Maringá são custeadas com doações pecuniárias mensais de cerca de 30 servidores e juízes, além das doações realizadas nas campanhas para arrecadação de alimentos, brinquedos, roupas, entre outros.

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